O TEMPLO MAÇÔNICO (Parte 1)







O TEMPLO
MAÇÔNICO
PARTE 1










Por Semíramis Dominghetti 

A maioria dos Bethéis brasileiros reúne-se em Templos Maçônicos, mas não é algo obrigatório. Um Bethel pode se reunir em qualquer lugar, desde que, claro, com aprovação de seu Conselho Guardião em consentimento com os seus patrocinadores. 

O meu Bethel é um exemplo disso. Em uma fase de transição de Loja patrocinadora, o Bethel Santa Rita do Sapucaí #11 de Minas Gerais reuniu-se por um longo tempo em um salão de festas, cedido por um Tio Maçom. Tempos depois o salão foi transformado em um Templo Maçônico, mas ainda sim, o Bethel reuniu-se por muitos meses sob aquela condição.

Muitos se questionam se existem, assim como nas Lojas Maçônicas, medidas padrão para a construção de um Bethel. Embora muitos Bethéis possuam templo próprio, não existe uma “medida oficial”. O que pode ser feito é construí-lo com espaço suficiente para que o Trabalho de Solo do Bethel possa ser realizado de modo que fique bastante compreensível e claro, facilitando que as Filhas o executem. É bem verdade que um templo pequeno dificulta, e muito, o Trabalho de Solo das Filhas de Jó, o qual exige muitas marchas pelas Linhas de Solo.



Quando entramos em um Templo Maçônico, ele facilmente nos impressiona pela quantidade de detalhes e objetos. Nem sempre compreendemos tudo aquilo ou sabemos de seu real valor e importância. Certamente, todo o conhecimento impresso naquelas paredes é reservado a longo tempo de estudo, e grande parte dele aos Membros da Fraternidade Maçônica. Porém, como muitos Bethéis se reúnem sob paredes de um templo Maçônico e como o assunto em pauta é simbologia, é importante conversarmos a respeito do que podemos aprender com os objetos que compõem o lugar em que nos reunimos.


A palavra “templo” vem do latim templum, que indica uma construção dedicada a um culto religioso. Porém, “templo” não é apenas um lugar de cunho religioso; é também qualquer lugar respeitável, sagrado.

Para compreendermos melhor a essência de um templo, seja ele qual for, é necessário um pouco da História. Não pretendo aqui me aprofundar no assunto ou escrever uma monografia, mas vou conversar um pouco sobre essência da sua origem.

Imaginemos, nas épocas em que o Homem ainda vivia nas cavernas, o quanto as pessoas deveriam se maravilhar perante as manifestações da natureza, tais como as tempestades, o calor, o frio, o brilho das estrelas, a violência dos mares... não deve ter demorado muito para o Homem perceber que havia algo maior do que ele, algo que ele não sabia definir.

Vendo então o Sol, a Lua e as Estrelas, o Homem deve ter reconhecido neles a grande manifestação desse “algo maiore”. Portanto, quando o Homem passou a reconhecer a existência de uma “Divindade”, associou-o aos poderes da natureza. 


Hórus e Amon, deuses egípcios, tinham como símbolos o Sol e a Lua, respectivamente. Deuses gregos também foram associados a planetas, como Ares (Marte), Afrodite (Vênus) e Hermes (Mercúrio). Era comum consagrar plantas e animais aos deuses, ou até mesmo representá-los por meio deles, como Anúbis (um cachorro) e o carvalho, árvore sagrada dos celtas.

Os Homens admiravam as manifestações da natureza e assim lhe dedicavam cultos, que tinham por base seus ciclos: as estações do ano, as fases da lua, as épocas de plantio e colheita, etc. Nada melhor do que cultuar a natureza na própria natureza! Portanto, no princípio, não havia templos ou edificações. 


As pessoas se reuniam em volta de fogueiras, nos campos ou no alto de um monte... não importava! O importante era o contato com os elementos, com os animais, com o céu e com tudo o que a Mãe Natureza podia oferecer!

A partir do momento em que o Homem conseguiu manipular as técnicas da construção, para construir um abrigo para sua proteção (de forma que ele não ficasse restrito às regiões que possuíssem cavernas), nada mais natural que ele pensasse na construção de um lugar especial, onde ele pudesse manifestar sua alegria em ser uma pequena parte de um todo. 

Contudo, a Natureza e seus fenômenos continuariam a ser exaltados por meio da arquitetura e dos ritos, pois essa era a forma de mostrar a presença de Deus naquele recinto.

(Continuação: O TEMPLO MAÇÔNICO PARTE 2)


3 comentários:

  1. Parabéns pela escolha da temática, realmente muito relevante. Já estou curiosa pela continuidade do texto.

    ResponderExcluir
  2. Adorooo os textos da Semy, sempre tem algo novo pra gente conhecer!

    beijoss

    ResponderExcluir
  3. Texto muito bom, feliz de ler isso mesmo só agora 2 anos depois dele escrito.

    A unica pequena resalva que vou deixar aqui para quem sabe a autora corrigir ou mesmo alguem que goste de ler comentários possa encontrar.

    Filhas de Jó, bem como DeMolay, Estrela do Oriente e tudo que é referente à maçonaria americana não tem Templos, eles nem usam esse termo. O lugar de reunião é "A SALA". Sala do Bethel, Sala Capitular, Sala da Loja etc...

    Então, apesar de bem pontuado pela autora de que não existe obrigatoriedade de reunião em templo maçônico, o que está totalmente certo, ela deixa escapar em um trecho "Embora muitos Bethéis possuam templo próprio", ou seja, termo desadequado. O ideal seria "embora muitos Betheis tenham suas própria salas".
    Todo o resto segue com bastante brilhantismo.

    PARABÉNS!

    ResponderExcluir

Com amor de Jó,